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terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Harpia em Ação

Visto que a harpia sempre conserva imponente distância entre ela e o observador, ela não revela com facilidade seus fascinantes segredos.
A harpia é um estudo solene em negro, cinza e branco. Imagine-a empoleirada, como uma estátua esculpida, no topo da mais alta árvore duma floresta. Elevando-se quase 1 metro, a fêmea adulta (um terço maior do que o macho) é a águia mais forte — e a maior — do mundo. Em tamanho e força bruta, é, na floresta pluvial equatorial, o inquestionável aka-granman, ou o “tirano das aves de rapina”, como os moradores da localidade respeitosamente a chamam.
Na verdade, a envergadura das asas da harpia é inferior à de aves de rapina que pairam nas alturas, como o condor. Mas o território da harpia oferece pouca oportunidade para ela pairar no ar; as manobras rápidas e alta velocidade são essenciais na densa floresta. E a harpia acha-se idealmente projetada para ser veloz. Batendo asas de modo forte e amplo, e planando brevemente do topo duma árvore para outro, rapidamente varre o dossel da floresta, ouvindo e observando os sinais duma presa.
Ali, sob um ramo de árvore, há uma preguiça! Acelerando rapidamente até atingir uns deslumbrantes 65-80 quilômetros horários, ela mergulha sobre sua vítima. Quando se acha a apenas alguns metros de distância da presa, a harpia vira de lado, arremessando plenamente suas garras. Agarra a preguiça, arrebata-a da árvore, e leva-a vitoriosamente — mostrando-se deveras “arrebatador”!
O súbito ataque aéreo, contudo, deixa o reino animal em polvorosa. Papagaios, porcos-espinhos arborícolas, gambás, cutias e coatis, todos somem dali — e com bons motivos. Todos eles estão incluídos no cardápio da harpia. Os mais tomados de pânico, porém, são os macacos. “Assim que os macacos avistam essa águia”, explica o Sr. Heyde, “eles soam o alarma. Berram no topo da voz, sabendo que se trata duma questão de vida ou morte. Tenho-os visto simplesmente deixar-se cair dos topos das árvores, como mangas maduras que caem no chão da floresta. Até mesmo os macacos cuatás-negros ficam terrivelmente assustados!”

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