-----------------------------------

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

As incríveis andorinhas do Ártico



  
  ANTIGAMENTE, acreditava-se que a andorinha-do-mar-ártica voava um pouco mais de 35 mil quilômetros para ir e voltar do Ártico até a Antártida. Mas estudos recentes mostram que esse pássaro na verdade voa muito mais do que isso

  Pequenos aparelhos de localização geográfica, que pesam menos que uma tampa de caneta, foram colocados em algumas andorinhas. Esses aparelhos mostraram que algumas andorinhas voaram em média 90 mil quilômetros numa viagem de ida e volta — a mais longa migração feita por um animal. Uma delas voou quase 96 mil quilômetros! Por que os números mudaram?

  Não importa onde as andorinhas comecem suas viagens, elas nunca voam em linha reta. O desenho acima mostra isso. O caminho que elas percorrem pelo oceano Atlântico forma um “S”. Mas por que as andorinhas viajam assim? Porque elas usam as correntes de ar para poupar energia.

  As andorinhas vivem mais ou menos 30 anos, e durante esse tempo elas podem viajar mais de 2,4 milhões de quilômetros. Isso é o mesmo que ir e voltar da lua umas três ou quatro vezes! Um pesquisador disse: “É incrível que um pássaro que pesa pouco mais de cem gramas consiga fazer isso.” Além disso, de acordo com o livro Vida na Terra: Uma História Natural, (Life on Earth: A Natural History) a andorinha-do-mar-ártica vê “a luz do dia mais do que qualquer outro animal”, isso porque ela sempre chega aos polos durante o verão.


                                O caminho que as andorinhas percorrem forma um “S”
                                                                  

domingo, 27 de novembro de 2016

O mergulhão-do-norte — uma ave que encanta


  O GEMIDO sinistro do mergulhão-do-norte é difícil de esquecer. Esse som pode ser ouvido em isolados lagos e rios no Canadá, Europa e norte dos Estados Unidos e descreve bem a solidão dessas regiões distantes.

  Essa bela ave aquática é um símbolo do Estado de Minnesota, EUA, e aparece na moeda de 1 dólar do Canadá. Ela é migratória e passa a maior parte do inverno em áreas costeiras mais ao sul. Por que o mergulhão-do-norte é um pássaro inesquecível?                                                                                                  

Um canto diferente


 Os mergulhões-do-norte produzem sons impressionantes. Seu gemido assustador pode ser ouvido a quilômetros de distância após o anoitecer. Além disso, tanto o macho como a fêmea produzem um som menos intenso para se comunicar entre si, com seus filhotes e com outros mergulhões no mesmo lago. Outro som, que é um tanto trêmulo e já foi chamado de “risada insana”, funciona como sinal de alerta e é o único emitido durante o voo.

 Existe outro tipo de vocalização feita apenas pelos machos, similar a um canto tirolês, que “parece estar relacionada à defesa de seu território”, comentou a revista BirdWatch Canada. “Cada macho executa esse canto de um modo próprio”, e “quanto mais pesado o pássaro, mais grave o som”. Além disso, quando “muda de território, o macho muda seu canto”, para que seja “o mais diferente possível do canto usado pelo macho que ocupava esse território antes dele”, disse a revista.
                                                                                                                                                                        
Belo, hábil e desajeitado


 O mergulhão-do-norte tem a cabeça bem escura, quase preta, com um tom verde iridescente. Seus olhos são vermelhos e seu bico preto é longo e pontiagudo. A plumagem de seu corpo muda de acordo com a estação.

 Com seus grandes pés palmados, esse mergulhão é um eficiente predador e um excelente nadador. Ele mergulha tão bem que pode descer a 60 metros de profundidade, às vezes ficando vários minutos submerso.

 Mas quando o assunto é decolar e aterrissar, o mergulhão-do-norte não é tão hábil assim. Por causa de seu peso, ele precisa de uma longa “pista de decolagem” para pegar impulso, batendo as asas e correndo sobre a água por centenas de metros até conseguir levantar voo. É por isso que ele prefere grandes corpos de água. Ao aterrissar, esse pássaro se aproxima da superfície em alta velocidade com as pernas estendidas para trás, como se seu “trem de pouso” tivesse falhado. Daí, aterrissa de barriga e segue deslizando até parar.

 Embora os pés palmados do mergulhão o ajudem a nadar bem, o tamanho grande e a localização deles muito atrás de seu corpo lhe dificultam andar — e até mesmo ficar em pé. Por essa razão, ele faz seu ninho bem próximo da água.

 O macho e a fêmea se revezam em chocar os ovos (geralmente dois), que são castanho-esverdeados camuflados com manchas pretas. Leva em média 29 dias para eclodirem. Depois de dois dias, os filhotes já conseguem nadar e dar alguns mergulhos curtos. Quando precisam descansar, eles pegam uma carona nas costas de um dos pais. Dois ou três meses depois, quando já sabem voar, eles deixam os pais.

 Os inimigos do mergulhão-do-norte incluem águias, gaivotas, guaxinins e — o pior de todos — os humanos. Pesos de chumbo usados por pescadores e derramamentos de óleo envenenam esse pássaro. A poluição química resultante de chuva ácida diminui as reservas de peixes, das quais o mergulhão depende para se alimentar. Ondas provocadas pela passagem de barcos alagam seus ninhos. E construções à beira de lagos afastam o solitário mergulhão para longe de seu local de reprodução.
  
 Apesar de tudo isso, a população dessa espécie ainda é numerosa. Assim, essa ave bela e elegante, com seu canto peculiar e seu jeito engraçado, continuará encantando os amantes das aves ainda por muitos anos.


CURIOSIDADES


  • Comprimento: Cerca de 1 metro da ponta do bico até os pés com as pernas estendidas para trás 
  • Envergadura: Até 1,40 metro 
  • Peso: Em média 4 quilos, mas pode chegar a pouco mais de 6 quilos 
  • Estrutura óssea: Vários ossos maciços (ao contrário dos ossos normalmente ocos de outras aves), que aumentam o peso, mas ajudam no mergulho 
  • Velocidade do voo: Cerca de 120 quilômetros por hora durante a migração 
  • Alimentação: De preferência peixes, mas também lagostins, rãs, sanguessugas, salamandras, camarões, caramujos e outros animais aquáticos

terça-feira, 21 de julho de 2015

O voo do albatroz-gigante




 AVES planadoras podem voar quase sem esforço. O albatroz-gigante é um exemplo notável disso. Com uma envergadura de 3,4 metros e pesando cerca de 8,5 quilos, essa ave pode voar milhares de quilômetros usando pouquíssima energia. O segredo está na sua anatomia e técnica de voo.

 Analise o seguinte: Durante o voo, o albatroz abre totalmente as asas, acionando um tendão especial que as mantém travadas, evitando assim qualquer esforço muscular adicional. Outro segredo que permite essa ave planar por horas seguidas é sua habilidade em aproveitar as correntes de ventos marítimos.

 Os albatrozes continuamente sobem, viram de lado e descem, formando arcos sobre o oceano — manobra que faz com que a ave não perca velocidade apesar da resistência do ar. Não faz muito tempo que os cientistas entenderam como ela consegue fazer isso. Usando rastreadores de alta resolução e softwares especiais, eles descobriram que os albatrozes conseguem a energia que precisam quando sobem voando contra o vento e, no ponto mais alto do arco, viram de lado e descem, aproveitando o vento. “O processo de extração de energia” é “suave e contínuo”, afirmam os cientistas. Qual o resultado? O albatroz pode planar horas a fio sem bater as asas uma vez sequer.

 Entender bem isso pode ajudar engenheiros a projetarem aeronaves que consumam menos combustível ou até mesmo usem propulsão sem motor.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Observando atetamente as aves



 AVES estão entre as criaturas mais fáceis de ser observadas e podem ser encontradas em todas as partes da Terra. Sua variedade de cores, hábitos, aparência e canto, bem como as coisas engraçadas que fazem, tornam a observação de aves um passatempo divertido e gratificante.

Tecelão-mascarado

 Até pela janela de sua cozinha, você pode observar os hábitos das aves: um sabiá ou um melro procurando minhocas, um bem-te-vi caçando insetos ao voar, uma rolinha tentando conquistar um parceiro, uma incansável andorinha construindo seu ninho ou um pintassilgo alimentando seus filhotes famintos.


Galinha-d’angola



 Algumas aves impressionam ao patrulhar o céu, como as águias, os falcões e os gaviões. Outras são divertidas: pardais disputando uma migalha, um pombo estufando o peito para chamar a atenção de uma pomba que se faz de desinteressada ou uma gaivota roubando o lanche de uma pessoa distraída. E algumas cenas emocionam, como o voo migratório de gansos, cegonhas e grous. Essas migrações têm sido observadas há centenas de anos e deixam seus observadores impressionados pela habilidade das aves de percorrer grandes distâncias com incrível precisão.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

As penas do pinguim-imperador



   
  O pinguim-imperador pode nadar e saltar numa plataforma de gelo numa velocidade impressionante.

  O pinguim-imperador captura o ar em suas penas. Isso não só o protege contra o frio, mas também faz com que ele nade duas ou três vezes mais rápido do que se não tivesse esse tipo de penas. Biólogos marinhos acreditam que isso acontece porque a ave libera minúsculas bolhas de ar retidas entre as penas. À medida que essas bolhas são liberadas, reduzem o atrito da plumagem do pinguim com a água, aumentando a velocidade dele.


 Engenheiros têm estudado formas de fazer navios mais rápidos por usar bolhas de ar para reduzir o atrito do casco com a água. Mas os cientistas reconhecem que é desafiador pesquisar isso mais a fundo porque “é difícil reproduzir a complexidade da plumagem do pinguim numa membrana ou malha artificial porosa"


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

De Olho na Vida Selvagem



    IMAGINE andar para lá e para cá com um transmissor de rádio — que permite que cada movimento seu seja acompanhado e analisado — preso nas costas. Uma fêmea de albatroz-gigante, chamada Sra. Gibson, sabe o que é isso. Satélites captam os sinais emitidos pelo seu minúsculo transmissor e os enviam para terra, permitindo que os pesquisadores a monitorem. Outras aves que levam equipamentos similares também são monitoradas. Os dados obtidos já revelaram fatos impressionantes sobre essas aves magníficas e espera-se que isso contribua para a preservação delas.


  Segundo divulgado pela Universidade La Trobe, de Victoria, Austrália, os pesquisadores descobriram que os albatrozes-gigantes voam em média mais de 300 quilômetros por dia; vez por outra podem voar quase 1.000 quilômetros num único dia. Essas aves podem medir, de uma ponta das asas à outra, quase 3,40 metros — a maior envergadura entre as aves atuais. Elas planam sobre o mar descrevendo uma série de arcos e cobrindo distâncias de mais de 30.000 quilômetros ao longo de vários meses. Estudos similares realizados nos Estados Unidos revelaram que um albatroz-de-laysan fez quatro viagens da ilha das Andorinhas, a noroeste de Honolulu, no Havaí, até as ilhas Aleutas, no Alasca, percorrendo bem mais de 6.000 quilômetros, ida e volta, a fim de buscar comida para o seu único filhote.

    Esses estudos de alta tecnologia revelaram também uma possível razão para o número de fêmeas de albatroz-gigante sofrer um decréscimo muito mais acentuado do que o de machos. Os padrões de vôo revelaram que os machos em idade reprodutiva tendem a pescar mais próximo à Antártida, ao passo que as fêmeas em geral se alimentam mais para o norte, em áreas onde operam navios de pesca de espinhel. As aves mergulham para pegar a isca atrás desses navios, são fisgadas e se afogam. Em alguns grupos em idade reprodutiva, há dois machos para cada fêmea. Outras espécies de albatroz também foram afetadas. De fato, em meados dos anos 90, cerca de 50.000 aves se afogavam por ano em águas da costa da Austrália e da Nova Zelândia por causa dos navios de pesca de espinhel, colocando várias espécies em perigo de extinção. O albatroz-gigante foi até mesmo declarado uma espécie ameaçada de extinção na Austrália. Devido às descobertas feitas, introduziram-se mudanças nas técnicas de pesca e reduziu-se a mortandade de albatrozes-gigantes. Mas a espécie ainda está em declínio em várias áreas de reprodução.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Comunicam-se Antes de Nascer

  Enquanto ainda estão na casca, alguns filhotes de aves anunciam sua chegada iminente. Soltam pipilantes trinados. Os filhotes de codorna fazem isso. Os pintinhos da galinha também. Depois de uma gansa ouvir os pipilos, ela “começa a comunicar-se com sua prole . . . Ela solta fracas chamadas de contato para os gansinhos dentro dos ovos, e estes últimos conseguem produzir várias chamadas diferentes, que indicam à mãe se eles se desenvolvem normalmente. Quando os filhotes produzem uma chamada triste, conhecida como ‘pipilo perdido’, a mãe responde com chamadas de contato como que para confortá-los, às quais os nascituros gansinhos às vezes respondem, por sua vez; com chamadas de cumprimentos.” Pouco antes de eclodirem os ovos dos gansinhos, o ganso macho toma uma posição junto ao ninho, possivelmente alertado por tais “papinhos”.

Por Que os Pés dos Pingüins não Ficam Congelados

  
 Ficam Constantemente sobre a neve ou sobre as banquisas de gelo, ou em águas geladas. Seus pés quase que se congelam, sem se congelarem efetivamente. Caso se bombeasse sangue quente neles, o sangue voltaria ao corpo resfriado. Dentro em pouco a perda de calor através dos pés seria tão grande que, não só os pés, mas todo o pinguim, ficaria congelado. Assim, engenhoso mecanismo de troca de calor equaciona o problema. As artérias que penetram nos pés são cercadas de veias que saem dos pés. Assim, o sangue frio que deixa os pés, por tais veias, recebe calor do sangue quente que desce pelas artérias. O sangue arterial assim resfriado é adequado para os pés, que possuem muitos tendões, mas poucos músculos — tendões frios podem funcionar adequadamente, ao passo que músculos resfriados não. Por meio desta engenhosa troca de calor, o corpo dos pinguins se mantém aquecido e seus pés não ficam congelados.

Audição Aguçada

   Muitos animais dispõem duma audição mais aguçada do que os humanos. À guisa de exemplo, a alta freqüência do assobio ultra-sônico pode ser ouvida por cães, mas não por pessoas. Cientistas da Universidade de Cornell, EUA, afirmam que as aves podem ouvir sons em distâncias muito maiores do que certa vez imaginávamos, talvez a centenas de quilômetros. Experiências demonstraram que os pombos-correios podem ouvir infra-sons. Trata-se de ondas sonoras que têm freqüência baixa demais para os humanos ouvirem, mas que percorrem milhares de quilômetros através da atmosfera. Imagina-se que tais sons talvez ajudem as aves a emigrar, ajudando-as a identificar caraterísticas da superfície, tais como ondas oceânicas que rebentam nas costas, ou ventos que sopram pelos picos montanhosos.

domingo, 13 de maio de 2012

Pingüins Perdem o Rumo


 De vez em quando um ou dois pinguins extraviados aparecem nas praias do sul do Brasil, sendo trazidos por fortes correntes. Em julho último, 81 pinguins deram a uma praia próxima de Florianópolis, Santa Catarina, e começaram de imediato a receber cuidados da parte de várias organizações de pessoas que gostam muito dos animais. Debilitados pela maratona de quase cinco mil quilômetros desde a Patagônia, seu habitat natural, muito sujos de óleo e portando vermes e sofrendo diarreias, receberam o melhor tratamento possível. Foram feitos arranjos de reconduzi-los para o alto-mar, assim que as correntes fossem favoráveis ao seu retorno ao lar.